quarta-feira, 3 de março de 2010

Crônica: amor a primeira vista

Parece um pouco banal, um jovem se apaixonar, e se apaixonar realmente primeiro pela noite , pelos seus encantos, pelas suas possibilidades de conhecer outras pessoas. Até sofrer do vírus do amor a primeira vista.
Não tem remédio contra esse vírus, a não ser uma outra dose de amor, e tomar periodicamente, seguir a receita a risca, sem erro e com muita cautela e pronto, já estará melhor para viver normalmente, sem ter aquela dor no coração, que entre nós dói muito.
p.s um caso comum .

Parecia que o tempo não iria passar, a chuva chata mansa me fazia pensar mais e mais, isso me fadiga pensei, decidi deitar, dormir. Mais tarde quem sabe eu saia de casa e veja o movimento do mundo e perceba que a vida ainda continua nas ruas de São Paulo.A buzina tocou bom a noite me chama, fiquei bravo por não ser o destino que planejei, tudo bem a vida é uma caixa de surpresas , então vamos ver o que essa caixa de surpresa  reserva pra mim.
Ainda chovia delicadamente, o frio parecia ser só mais uma atração da noite, eu e minha galera comemos algo e ainda não tinhamos um paradeiro certo, quem sabe a boemia de um bar, já que a a chuva mansa de outrora se tornava cada vez mais furiosa. Claro perfeito, eu um conservador nato, de papo num bar boêmio de São Paulo. Outra galera chegou, decidimos sentar em outro bar , o que estávamos já tinha esgotado seus lugares, com gente de todo tipo, de uma tribo mais alternativa e gozava da noite muito mais do que uma noite podia proporcionar.
Senti uma catástrofe no ar por uma e outras, senti pulsar cada vez mais forte o coração, suava muito , e perdi a percepção das coisas, pensei comigo mesmo: __Amor é assim como casa de veraneio, vem e depois como se não quer nada já vai embora, simples assim.Más naquele momento a decisão estava em minhas mãos, e por um medo tosco e inrepulsivo, para minha própria  segurança de todos os lados ângulos minha unica palavra era "não", aquele não servia de uma certa forma , me proteger da platéia que gostaria de presenciar um espetaculo e serviu pra eu ter futuros aborrecimentos, o que era um aperto de mão?, o que era olhar no fundo dos olhos?, o que era dizer o que sentia ?e o que era ser verdadeiro naquele momento?Quanta tolice, isso só serviu para uma grande coisa , pra saber que se vive uma vez é que o tempo não para.
Lamento profundamente de ter perdido mais um bom momento, ou não tão bom assim, mais pior do que foi não podia de ser , não jamais.
Não é preconceito, não é medo de ser exposto , talvez seja o medo de ser feliz pra sempre, já que estou comprometido com o desprazer da infelicidade que me torna sucesso em minhas produções.Podem me comparar ao Álvares de Azevedo ele que nunca teve um amor , mais soube usar , definir o amor muito bem ,isso com todas sua sensibilidade pela dor , por sua imaginação , pelo seu mundo particular. Claro talvez assim sou eu, não estamos em tempo de morrer de mal de século , mais foi ai que perdi , com o medo estalando em meu ser , fugi, e disse não.
Gostaria de certo, pedir ao menos perdão pelo grande papelão, pelo grande constrangimento que o deixei naquele momento, não foi por mal "desculpa", isso gostaria de falar pessoalmente e não terei outra chance para aliviar meu tormento.
Quando recebi a noticia da rejeição, fiquei totalmente ao contrario da outra noite, fiquei sem chão , não tinha os sentidos, é uma tristeza morbida atacou meu ser, o que era mais estranho que naquele momento chovia mansamente , da mesma forma que chovia outro dia. Estou me acostumando com o gosto de amargo na boca, com ligeiro abobamento, "mais é preciso saber viver" como dizem os Titãs.
Hoje estou me curando deste vírus forte, no leito de minha cama , vendo o tempo passar.Torço para que uma hora passe , se não o remédio será outra dose de amor, ainda não sei se na badalada noite de São Paulo, mais uma hora passa.  

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